MONTEIRO LOBATO
Sua ação, além do círculo literário, estende-se também ao plano da luta política e social. Moralista e doutrinador, aspirava ao progresso material e mental do povo brasileiro. Com o personagem Jeca Tatu, Lobato criticava a face de um Brasil agrário, atrasado e ignorante. Seu ideal de país era um Brasil moderno, estimulado pela ciência e pelo progresso.
Lobato envolveu-se na década de 30 com a luta pela defesa de reservas naturais brasileiras que vinham sendo exploradas por grandes empresas multinacionais. Com a publicação de “O escândalo do petróleo” denuncia o jogo de interesses relacionado com a extração do petróleo e a ligação das autoridades brasileiras com interesses internacionais.
Monteiro Lobato é estudado como pré-modernista por duas características fundamentais de sua obra de ficção: o regionalismo e a denúncia da realidade brasileira. No plano de vista puramente estético, Lobato assumiu posições antimodernistas.
O autor, foi um extraordinário contador de histórias, de casos interessantes, preso a certos modelos realistas. Com seu estilo cuidadoso, não perdeu oportunidade de criticar certos hábitos brasileiros, como a obediência a modelos estrangeiros, a subserviência ao capitalismo internacional, a submissão das massas eleitorais, o nacionalismo ufanista cego, etc.
O preconceito racial e a situação dos negros após a abolição foi um dos temas abordados pelo autor de Negrinha. As personagens são gordas senhoras que, num falso gesto de bondade, “adotavam” meninas negras para escravizá-las em trabalhos caseiros.
Monteiro Lobato foi um dos primeiros autores de literatura infantil em nosso país e em toda a América Latina. Na sua produção infantil, Lobato aproveita para transmitir às crianças valores morais, conhecimentos sobre nosso país, nossas tradições, nossa língua.
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português Linguagens. 5. ed. São Paulo: Atual Editora, 2005.
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